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terça-feira, 28 de julho de 2020

Saga Percy Jackson e os Olimpianos - Volume 2 - O Mar de Monstros



Saga: Percy Jackson e os Olimpianos -  Volume 2 - O Mar de Monstros
Autor: Rick Riordan
Editora Intrínseca
Páginas: 304

O segundo livro da saga de Percy Jackson e os Olimpianos continua a contar sobre o semideus filho do deus do mar Poseidon, nesta aventura Percy e seus amigos precisam ir atrás do velocino de ouro um artefato mágico que é necessário para proteger e ajudar a fortificar as defesas do Acampamento Meio-Sangue que fora atacado, enquanto tentam resgatar seu melhor amigo Grover, o sátiro, que fora capturado enquanto buscava pelo velocino, por uma terrível criatura mitológica.

Nesta sequência vemos como nossos protagonistas estão começando a amadurecer e se sentem mais preparados para as missões, por mais que tenham cerca de 13 anos sabe-se que logo cedo os meio-sangues tem perigosas aventuras e, o quanto antes se derem conta melhor.

Temos um foco maior nesta aventura em uma outra semideusa, filha do deus da guerra Ares, Clarisse é feita a imagem do pai, violenta, destemida e uma ótima guerreira brigando pelo protagonismo deste livro, por mais que não seja exatamente a rival principal de Percy ao longo da saga, neste momento ela faz jus as suas origens e disputa a conclusão da missão do velocino com Percy e seus amigos.

Não poderia deixar de dizer que neste livro vemos não só os poderes de Percy aumentarem, parcialmente devido boa parte da história se passar nas proximidades ou no próprio mar, o qual ele tem domínio, mas vemos seus meio-irmãos filhos de Poseidon terem contato com ele, afinal se tratando de deuses é evidente que eles tenham diversos tipos de filhos, semideuses e outros... nem tanto.

Vemos como Riordan continua nos transmitindo diversas referências aos mitos gregos, dos menos aos mais conhecidos, parece que todo tipo terá seu lugar garantido no decorrer da série, inclusive nesta.

Apesar da aventura ser interessante diria que é menos envolvente que a primeira, sendo mais um livro de transição para algo maior que está por vir, o ritmo acelerado continua sendo a marca de Riordan, frases e mais frases são lidas com muita facilidade e vontade sem dúvida, entretanto o círculo de personagens segue um padrão seguro que se vê em outras obras, aquilo da rivalidade entre gêneros do protagonista que age antes de pensar e a moça intelectual do grupo, no caso Annabeth, a valentona que rivaliza mais nitidamente não será dado tanta atenção, que seria o caso de Clarisse.

Enfim, é um livro promissor que faz com que fiquemos ansiosos pela continuação, principalmente sobre o que nos é mostrado no final do livro, deixando todos com uma pulga atrás da orelha, causando uma intriga sobre a profecia de Percy e aumentando ainda mais as possibilidades para o desfecho da saga, como eu disse, por ser um livro de transição tenho fortes esperanças que o terceiro livro será muito ainda mais empolgante.

Autor da resenha: R.N.J. 

Dica*
Em 2013 foi lançado o filme baseado no livro, mas que não agradou tanto os fãs devido ter uma pegada diferente dos livros, como os atores são bem mais velhos que os personagens do livro a história parece não ter um contexto tão adequado e acaba não tendo tanto impacto quanto o livro, devido a estes fatores acabou sendo o último filme lançado referente a saga, ainda sim sem muita pretensão pode-se aproveitar o filme, que na minha opinião, tem ótimas atuações por parte dos atores.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Resenha O Mito de Sísifo



Livro: O Mito de Sísifo
Autor: Albert Camus
Editora: Record
Páginas: 260

Resenha: Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale
ser vivida é responder a pergunta fundamental da filosofia."

Assim começa essa obra, ainda um tanto subestimada, de Albert Camus, pai do que se viria
chamar de filosofia do absurdo ou absurdismo. Em o Mito de Sísifo, Camus faz um paralelo
entre nossas vidas e Sísifo, que foi condenado a carregar todos os dias, eternamente,
montanha a cima uma rocha somente para vê-la cair de volta.

Mesmo dizendo não ao suicídio, Camus não propõe uma motivação vazia. O filósofo faz uma
análise cuidadosa sobre o porque nos sentimos assim diante a falta de propósito que se
desenrola entre nós e o universo.

Camus nos mostra que existe, no geral, três escolhas a se fazer diante o absurdo da realidade:

- O suicídio físico, que para ele é uma fuga e não uma resposta a essa questão, fazendo o
problema se tornar ainda mais absurdo;

- O suicídio filosófico, que seria aceitar respostas sem realmente pensar sobre elas. Fazendo
com que enfiemos nossas cabeças na areia, ignorando o absurdo;

- E a aceitação na revolta, que nos faria criar nosso próprio propósito no aqui e agora.

A ideia do trabalho em vão nos faz questionar, não enquanto estamos empurrando a rocha,
mas no momento em que a vemos rolar montanha a baixo se vale a pena continuar. Afinal,
subimos a montanha individualmente e como humanidade para no fim ver tudo ruir. Porém a
consciência que nos faz ver esse absurdo é, para Camus, o que nos salva dessa condição. A
lassidão pode nos levar ao caminho do restabelecimento ou suicídio. Dessa forma, se a vida
nos parece absurda somos livres para criar, e não encontrar, nosso propósito.

"Assim, eu extraio do absurdo três consequências que são minha revolta, minha liberdade e
minha paixão. Apenas com o jogo da consciência transformo em regra de vida o que era
convite à morte - e recuso o suicídio."

Autor da resenha: Luan Giovanni 

terça-feira, 14 de julho de 2020

Resenha Um Estudo em Vermelho


 

Livro: Um Estudo em Vermelho

Autor: Sir Arthur Conan Doyle

Editora L&PM Pocket

Páginas: 197

 

Um estudo em vermelho é uma história policial que apresenta um enigma elucidado pelo notório detetive Sherlock Holmes junto de seu braço direito John Watson em seu primeiro trabalho em equipe.

 

A trama se passa em Londres em pleno século XIX, num tempo em que a taxa criminal estava em baixa e os serviços de detetives não eram tão requisitados, tudo muda quando um misterioso assassinato ocorre, a vítima é encontrada numa casa abandonada, onde nada tem a ver com ela, e sem evidências da causa da morte a agência de detetives acaba tendo que recorrer à ajuda de um excêntrico detetive amador.

 

Essa é a primeira história deste que seria o mais notável detetive de todos os tempos. Com seus métodos nada tradicionais e utilizando de seu complexo meio de dedução altamente analítico, Sherlock Holmes acaba aceitando o caso e junto do médico e seu futuro parceiro John Watson desvendam o caso de um estudo em vermelho.

 

A história é contada pelo ponto de vista de Watson, e suas anotações nos são transmitidas com muita riqueza nos detalhes, por se tratar de uma obra de suspense e investigação policial cada cena em que os personagens se encontram acaba sendo despida, por assim dizer, nos sentimos infundidos no caso e a cada pista descoberta começamos a deduzir o desfecho do caso como se nós leitores fôssemos os investigadores.

 

O gênero por mais que seja suspense criminal tem uma dose de comédia na medida certa dando um alívio cômico merecido no meio de algumas histórias inevitavelmente fatídicas.

 

O autor Sir Arthur por si só já tem uma grande história de vida, talvez seja sensato procurar saber sua biografia caso queira entender profundamente como surgiu a figura de Sherlock Holmes.

 

O livro é uma aventura curta, cheia de detalhes e mistérios, os personagens são autênticos e é fácil de se apegar a eles, ainda sim o autor foca em dar mais embasamento nos detalhes de como os personagens pensam e agem e assim como Holmes, deixa de divulgar assuntos inúteis ou pouco relevantes se prendendo fortemente a sequência de fatos de modo que tudo que nos é apresentado é fundamental para a trama e não é apresentado fatos a parte sobre os personagens ou ao ambiente em que tudo se passa.

 

Existem diversos livros sobre Holmes e Watson e na sequência deles possivelmente conseguimos ir montando a biografia de nossos protagonistas com base das informações restritas sobre eles que nos é mostrado em cada obra. É como se o autor usa-se dos livros como peças de um quebra-cabeça criminal, ou seja, quanto mais casos solucionados você lê sobre Sherlock mais você descobre as peculiares particularidades de nosso elementar detetive consultor.

 

Autor da resenha: R.N.J. 

 

*Dica

 

Dentre diversas mídias representando e dando vida aos livros temos filmes e séries baseadas nos livros que são mais conhecidas como, o filme de 2009 "Sherlock Holmes" estrelado por Robert Downey Jr. e a série "Sherlock" transmitida pela Netflix.


quinta-feira, 9 de julho de 2020

Saga O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares - Volume 1


Saga: O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares - Volume 1
Autor: Ransom Riggs
Editora Leya
Páginas: 335

Jacob um rapaz de 16 anos começa sua jornada após um acontecimento trágico em sua família, ele viaja para uma ilha junto de seu pai que fora a trabalho, chegando na ilha o rapaz acaba encontrando as ruínas de um casarão que outrora fora um orfanato para crianças peculiares, mal ele sabe que estas crianças são mais que simplesmente peculiares e por mais estranho que possa parecer elas estão vivas e confinadas a viver neste orfanato, as crianças acabam convidando nosso protagonista a adentrar em seus domínios, e a partir daí que a obscura aventura começa.

O orfanato pertence a srta. Peregrine, uma peculiar mulher que coordena e cuida das crianças que vivem em sua fortaleza, após a chegada de Jacob, que indiretamente tem conexão com Peregrine e as crianças, vemos que as crianças possuem habilidades peculiares e as usam das formas mais diferentes possíveis.

A história inicialmente tem por cenário uma ilha remota do País de Gales com um clima meio nublado e chuvoso dando maior intensidade aos mistérios que circulam pelo orfanato.

Vemos que o local onde as crianças vivem é cheio de mistérios e esconde um terrível inimigo que curiosamente somente Jacob pode enxergar, além disso, de alguma forma o orfanato está fora da linha do tempo atual e toda sua paz é perturbada depois que estranhos visitantes chegam a ilha. Uma história de romance, suspense e mistérios aguarda o leitor que folhear as páginas deste livro.

Logo nos primeiros capítulos já vemos que o suspense e o clima obscuro ronda pelos personagens, sinceramente lembra muito o traço das obras de Tim Burton, o próprio comenta isso na contracapa do livro, e também lembra um pouco o conceito de escola de super-heróis tipo X-men com seus jovens com habilidades especiais, ou no caso, peculiares.

A história tem um clima intenso de suspense que aumenta ainda mais com as fotos presentes no livro, algumas tão reais que mexem com nosso subconsciente dando a trama ainda mais vida, sem dúvida essa aplicação de fotografias agregaram bastante a experiência da obra.

Quanto aos personagens, por já serem bem peculiares é claro que são bem explorados, é bem descrito quais são suas peculiaridades, aparências e até mesmo vestimentas. Por mais que você acabe conhecendo cada personagem eles sempre aparentam esconder algo mais sempre deixando o leitor intrigado em como aquela pessoa irá se comportar.

Sendo o primeiro livro da série a obra traz traços únicos de suspense juvenil com um toque de Tim Burton, sempre deixa o leitor intrigado com o que vai encontrar, imagino que o autor quis mostrar com este livro as diferenças entre cada um e que, apesar de nossas peculiaridades, por mais que haja descriminação, sempre haverá um lugar, um lar, com pessoas que se preocupam com você e não se importam com quão diferente você possa ser. Então, vamos ver o que o restante desta série nos aguarda nos próximos volumes.

Autor da resenha: R.N.J. 

Dica*
Em 2016 foi lançado o filme baseado no livro e com direção de Tim Burton mostrando toda a fantasia meio dark característica de Tim e as crianças peculiares de Ransom, apesar de ter algumas modificações a obra se assemelha ao livro e nos introduz a este incrível orfanato peculiar.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Saga Percy Jackson e os Olimpianos - Volume 1 - O Ladrão de Raios



Saga: Percy Jackson e os Olimpianos -  Volume 1 - O Ladrão de Raios
Autor: Rick Riordan
Editora Intrínseca
Páginas: 400

Resenha: O primeiro livro da saga Percy Jackson e os Olimpianos, nele o autor conta histórias de lendas da mitologia grega que ainda vivem em pleno século XXI. Em " O Ladrão de Raios " vemos que os deuses olimpianos continuam vivos e as vezes se apaixonam por mortais e com eles acabam tendo filhos semideuses, meio humanos meio deuses, chamados de meio-sangues, poucos destes jovens conseguem passar pela adolescência sem descobrir sua verdadeira identidade divina. O jovem Percy Jackson é um deles e sua vida toma um rumo completamente diferente depois que percebe que monstros mitológicos que ele só conhecia em livros estão por aí, e pior, querem caçá-lo a todo custo devido sua origem olimpiana.

Percy Jackson é um típico garoto problema, sempre está metido em confusões e devido ter TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e dislexia, coisa que durante a série vemos ser comum entre os meio-sangues e que no final é usado com um propósito pré-definido de suas origens, acaba indo mal na escola, mas, sua vida acaba dando uma reviravolta quando durante um passeio escolar é atacado por uma criatura mitológica que fingia ser uma de suas professoras, depois do embate Percy e seu melhor amigo Grover, que também é relacionado com os mitos gregos acabam indo parar num acampamento chamado Acampamento Meio-Sangue, um lugar seguro onde os meio-sangues estão protegidos, se bem que nem tanto, de qualquer coisa que queira os atacar e, é a partir daí que a aventura de Percy Jackson realmente começa.

A história toda se passa em Nova York e descobrimos que todo o panteão de deuses que, antes vivia no monte olimpo, hoje vive no último andar do edifício Empire States, no livro nos é apresentado uma informação interessante de que os deuses sempre estão localizados nas cidades que são o maior polo econômico atual.

Dado este fato temos então o palco montado para as aventuras de nossos heróis, depois de se situar no acampamento e descobrir suas origens é dado a Percy uma missão, vale ressaltar que, apesar da vida perigosa e constantemente ameaçada, os semideuses saem em missões para os deuses já que estes não podem interferir diretamente no domínio de outro dos seus, então Percy Jackson junto com Annabeth Chase, uma campista do chalé de Atena, e Grover partem em busca de um artefato mágico que foi roubado do olimpo, que é nada mais nada menos que o raio mestre de Zeus, isso tudo enquanto lutam para sobreviver de antigos monstros da mitologia grega.

Durante a leitura pode-se perceber nitidamente o ritmo acelerado em que os acontecimentos acontecem, parece que a todo momento tem algum perigo rondando um semideus, tanto a ponto de você ficar sem fôlego durante a leitura como se estivesse na pele de um meio-sangue, este traço do autor, ainda mais por ser direcionado ao público jovem, faz a leitura ser agradável e entusiástica dando sempre a vontade de ler um capítulo após o outro.

Referente aos personagens todos são muito bem trabalhados do protagonista até o mais simples coadjuvante, o autor realça bem os traços de personalidade de cada personagem e como sua conduta interfere na vida das pessoas, mostrando que todos tem um propósito, como se já tivessem um destino traçado, o qual curiosamente é realmente traçado através das profecias que os heróis ouvem antes de ir para uma missão. Vemos também como é personificado os deuses em seus papéis de pais, vemos suas limitações e nos é mostrado como a separação dos filhos com os pais pode mudar completamente a mente de uma criança, o autor mostra como os amigos são importantes na vida de um jovem e de alguém que tem os pais separados, e como, junto dos amigos, eles buscam força para continuar e a descobrir seu verdadeiro Eu interior.

Para o primeiro livro da saga, O Ladrão de Raios, já é um livro completo, com aventura, comédia, combates emocionantes e personagens muito carismáticos. O primeiro livro, assim como tem que ser, abre a saga com muita emoção, cabe agora vermos que fim levará nosso herói em sua aventura olimpiana.

Autor da resenha: R.N.J. 

Dica*
Existe um filme baseado no livro lançado em 2010, Percy Jackson e o Ladrão de Raios, nele temos os personagens um pouco mais velhos que no livro, porém, ainda sim um filme que ressalta bem os acontecimentos do primeiro livro.
Recentemente o autor Rick Riordan anunciou que a saga será adaptada para uma séria no Disney Plus, não deu muito detalhes mais podemos esperar grandes feitos já que o autor irá supervisionar todo o enredo da série.

Saga O Espadachim de Carvão - Volume 1

Saga: O Espadachim de Carvão - Volume 1
Autor: Affonso Solano
Editora Leya
Páginas: 256

O Espadachim de Carvão é o primeiro livro da saga brasileira que recebe o mesmo nome do livro. Adapak é um semideus filho de um dos quatro deuses que abandonaram o mundo chamado de Kurgala, local onde se passa toda a história. Nosso protagonista, um jovem com pele da cor do carvão, está sendo caçado por um grupo de assassinos misteriosos, devido a isso ele tem de sair de sua ilha, onde passara toda a sua vida, para desbravar seu mundo hostil cheio das criaturas mais distintas em busca de respostas sobre seus inimigos, apesar de ser muito sábio, Adapak é muito ingênuo e agora precisará de todo seu treinamento que adquiriu no isolamento para conseguir chegar ao fim dessa perigosa aventura.

Adapak é o espadachim de carvão, diferente de todas as espécies do seu mundo, ele possui além da aparência conhecimentos antigos e habilidades com suas espadas gêmeas como nenhum outro, devido ter vivido em isolamento acaba não tendo muito contato com outras pessoas e acaba se tornando muito inocente, sendo que as pessoas em sua grande maioria são muito exploradoras, depois de um ataque em sua terra natal acaba tendo que viajar pelo mundo em busca de respostas enquanto conhece lugares e criaturas que ele só via nas histórias de seus livros.

Toda a trama se passa em Kurgala, um mundo antigo com boa parte de seu território selvagem, ela era comandada por quatro deuses irmãos, um deles pai de Adapak, depois de um tempo eles retornaram a seus templos e de la nunca mais saíram. Nesse lugar nos é apresentado um mundo completamente diferente do nosso, com uma infinidade de criaturas e diversas raças de seres inteligentes e muitos deles com habilidades como poderes psíquicos e superforça, existem humanos, mas não são o foco.

O livro é cheio de batalhas mirabolantes, o autor nos transmite cada movimento dos combatentes e vemos nas cidades que nos são apresentadas uma ferocidade aparentemente comum em todos os seus habitantes mostrando novamente como Kurgala é hostil.

No geral, pela história representar a vida de um espadachim acredito que as lutas e as artes marciais apresentadas num mundo repleto de inimigos faz com que a obra seja interessante e com muita ação.

A questão mesmo é referente ao conteúdo de Kurgala, por ser um mundo diferente da Terra com um amplo número de seres vivos eu diria que deveria ser mais bem trabalhado, desde o princípio do livro já aparecem criaturas e nos é apresentado a cultura e a região como se já tivéssemos completo conhecimento de tudo, boa parte das informações relevantes sobre os seres só vem a aparecer muito tempo depois que eles nos são apresentados fazendo a leitura ser pouco empolgante e um pouco cansativa, acaba forçando a imaginação a criar algo praticamente sem detalhe algum e devido ter muitas criaturas acaba sendo um pouco confuso distinguir de quem se está falando já que, normalmente os personagens se referem a alguém mais pela sua raça do que por seu nome. Além disso, a história tem várias pontas soltas mesmo concluindo todo o livro você fica sem entender o propósito de várias ações que os personagens tomam, possivelmente tudo seja melhor explicado no segundo livro, mas até lá, como primeiro livro, tirando as lutas, deixa um pouco a desejar.

Por fim, diria que o excesso de detalhes que os personagens apresentam e devido se tratar de um mundo enorme com diversos seres, Kurgala é misteriosa e confusa, sem grandes detalhes relevantes para toda a trama nem muita informação sobre os deuses ou a criação de tudo, somente é contado através de uma cantiga presente no livro, também se tem menções dos heróis e das aventuras nos livros que Adapak lê e usa como referência em sua vida, mas, são pouco ou quase sem peso nenhum para a história, percebesse que o autor foca bastante no protagonista dando muita visão do ponto de vista do mesmo e mostrando toda a sua personalidade e habilidades como mestre espadachim, mas, quanto ao ambiente acaba sendo exagerado em informações incompletas, as vezes, menos é mais, principalmente se tratando de uma saga acredito que o autor poderia ter um pouco mais de calma ao apresentar todo esse mundo de fantasias.

Autor da resenha: R.N.J. 

*Dica
Foi anunciado e logo será lançada a série animada baseada nos livros da saga pela Split Studio, talvez por uma mídia visual a história possa ter um aprofundamento melhor do mundo e das criaturas fantásticas que nele habitam dando um sentido mais concreto ao livro, então vale a pena conferir.

Resenha Caixa de Pássaros


Livro: Caixa de Pássaros

Autor: Josh Malerman

Editora Intrínseca

Páginas: 272

 

Resenha: Uma mistura de romance com um terror psicológico, Caixa de Pássaros é tenso do começo ao fim, uma história que explora o medo a cada passo dado pelos personagens.

 

A princípio somos abordados com um momento caótico em que por algum motivo as pessoas de todas as partes do mundo estão cometendo suicídio de forma impulsiva e violenta após ter contato com algo misterioso, ninguém é imune e todos afetados não conseguem se recuperar.

 

Dado a situação conseguimos notar o cenário em que se passa toda a trama, um mundo pós-crise onde as pessoas vivem com medo de algo que ninguém sabe ao certo, sendo obrigadas a ficar reclusas em suas casas e tendo que todos os dias buscar meios para sobreviver.

 

A história traz diversas experiências através do sentido da visão e como as pessoas acabam tendo que se adaptar mesmo quando não o tem mais, isso é apresentado inclusive com a protagonista Malorie e seus dois filhos pequenos, os quais curiosamente nunca são chamados pelo nome dando a imaginação do leitor a tarefa de descobrir o porquê desse fato. A história é focada nessa família que busca por sobrevivência enquanto tem flashbacks de quando a crise acabara de começar e como tudo os levou até aquele momento.

 

Os outros personagens mostrados durante os flashbacks, suponho que o autor quis representá-los como uma família convencional, cada um toma o lugar de um membro e todos tem suas próprias identidades. É mostrado como todos eles são afetados de maneiras diferentes pelo medo do desconhecido, que nesse caso é fatal.

 

Acredito que a ideia do autor foi representar que nossos maiores medos muitas vezes são transformados em monstros e não tendo ajuda para superá-los acabam tomando proporções catastróficas e afetando a todos os envolvidos, este "monstro" pode acabar dividindo toda uma família assim como destruindo toda a sanidade mental das pessoas, a ideia do suicídio seria um recurso desesperado para se livrar dessa agonia, isso é demonstrado pelas vítimas afetadas no livro.

 

Por fim, gostaria de dizer que esse tema de livro me agrada por forçar a imaginação a associar cada fato apresentado como se fosse um grande quebra-cabeça, a cada página é como se encaixasse uma nova peça e quanto mais isso se estende mais ansioso você fica, o resultado nem sempre é o esperado, a gratificação é o simples fato de concluir a história. O que? Se no final é respondido todas as perguntas? Bem, para ter certeza só lendo mesmo, mas eu garanto, o caminho pelas páginas deste livro vale a pena trilhar.

 

Autor da resenha: R.N.J 

 

*Dica

Para quem quiser ter uma perspectiva diferente da história em 2018 foi lançado pela Netflix o filme baseado no livro.



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