Autor: Albert Camus
Editora: Record
Páginas: 260
Resenha: Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale
ser vivida é responder a pergunta fundamental da filosofia."
Assim começa essa obra, ainda um tanto subestimada, de Albert Camus, pai do que se viria
chamar de filosofia do absurdo ou absurdismo. Em o Mito de Sísifo, Camus faz um paralelo
entre nossas vidas e Sísifo, que foi condenado a carregar todos os dias, eternamente,
montanha a cima uma rocha somente para vê-la cair de volta.
Mesmo dizendo não ao suicídio, Camus não propõe uma motivação vazia. O filósofo faz uma
análise cuidadosa sobre o porque nos sentimos assim diante a falta de propósito que se
desenrola entre nós e o universo.
Camus nos mostra que existe, no geral, três escolhas a se fazer diante o absurdo da realidade:
- O suicídio físico, que para ele é uma fuga e não uma resposta a essa questão, fazendo o
problema se tornar ainda mais absurdo;
- O suicídio filosófico, que seria aceitar respostas sem realmente pensar sobre elas. Fazendo
com que enfiemos nossas cabeças na areia, ignorando o absurdo;
- E a aceitação na revolta, que nos faria criar nosso próprio propósito no aqui e agora.
A ideia do trabalho em vão nos faz questionar, não enquanto estamos empurrando a rocha,
mas no momento em que a vemos rolar montanha a baixo se vale a pena continuar. Afinal,
subimos a montanha individualmente e como humanidade para no fim ver tudo ruir. Porém a
consciência que nos faz ver esse absurdo é, para Camus, o que nos salva dessa condição. A
lassidão pode nos levar ao caminho do restabelecimento ou suicídio. Dessa forma, se a vida
nos parece absurda somos livres para criar, e não encontrar, nosso propósito.
"Assim, eu extraio do absurdo três consequências que são minha revolta, minha liberdade e
minha paixão. Apenas com o jogo da consciência transformo em regra de vida o que era
convite à morte - e recuso o suicídio."
Autor da resenha: Luan Giovanni
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